Categoria: Cães

Chow Chow Ataca Tutora: O Que Podemos Aprender com Esse Caso?

No dia 5 de maio, um caso impactante ocorrido em Ji-Paraná (RO) ganhou repercussão nacional e levantou reflexões importantes sobre a convivência com cães. Natani Santos, técnica de enfermagem de 35 anos, foi atacada de forma repentina pelo próprio cachorro da raça Chow Chow, chamado Jacke, com quem vivia há cinco anos. O episódio resultou na perda parcial do lábio superior da tutora e mobilizou redes sociais e veículos de comunicação.

O ataque ocorreu logo após Natani chegar em casa e, como de costume, tentar fazer carinho no animal. Segundo ela, o cachorro rosnou, ela recuou, mas ainda assim ele avançou. Em seguida, o cão recuou, como se tivesse percebido o que havia feito. O relato foi compartilhado pela própria vítima em vídeos nas redes sociais.

Além do dano físico, Natani enfrenta agora um trauma emocional significativo. Mesmo com o apoio de um projeto social — o Projeto Leozinho, que realizará sua cirurgia de forma gratuita — ela ainda precisa de ajuda financeira para cobrir os custos com deslocamento, hospedagem e alimentação durante o tratamento.

Após o ocorrido, o marido de Natani decidiu entregar o animal à Secretaria do Bem-Estar Animal do município. Após avaliação de veterinários e adestradores, Jacke foi considerado inapto para retornar ao convívio com pessoas, e a eutanásia foi recomendada e autorizada. O casal também tem um filho de oito anos, e o risco de novos ataques pesou na decisão.

Casos como esse, embora raros, revelam a importância de compreender o comportamento canino em profundidade. Mesmo cães criados com afeto podem reagir de forma agressiva diante de determinados estímulos ou situações. Entre os possíveis fatores estão traumas, dores físicas, doenças neurológicas, medo, ausência de socialização, territorialismo e falhas no manejo comportamental.

O Chow Chow, especificamente, é uma raça que exige atenção redobrada. Conhecido por sua personalidade independente e, por vezes, reservada, esse cão pode reagir de forma agressiva se não for corretamente socializado desde filhote. Isso não significa que todo Chow Chow será agressivo, mas sim que tutores devem estar preparados e informados sobre as particularidades da raça.

O rosnado, por exemplo, é um importante sinal de alerta. Quando ignorado, pode desencadear uma mordida — muitas vezes interpretada de forma errada como um comportamento repentino ou “sem motivo”. Esses sinais sutis são, frequentemente, negligenciados no dia a dia.

Natani deixou claro que não sente raiva do animal, mas reconhece que não tem mais estrutura emocional para manter o convívio com ele. “Não quero que as pessoas se desfaçam de seus animais por causa do que aconteceu comigo. Só digo para procurarem um adestrador”, declarou em entrevista.

Esse tipo de situação impõe uma dor dupla: física e emocional. É uma perda que vai além da estética — é o rompimento de um vínculo afetivo com um animal de estimação considerado membro da família. E, mais do que nunca, reforça a necessidade de se falar sobre comportamento animal, adestramento, responsabilidade na guarda e sobre o papel de cada tutor na prevenção de situações trágicas.

A história de Jacke e Natani não é sobre monstros ou culpados. É sobre sinais não compreendidos, decisões difíceis e a necessidade de mais informação e empatia na relação entre humanos e seus pets.

O Impacto do Cigarro na Saúde dos Animais de Estimação

Muito se fala sobre os prejuízos do cigarro para a saúde humana, mas pouca gente sabe que o tabagismo também traz sérias consequências para os animais de estimação. Sim, a fumaça do cigarro também faz mal aos pets — e os riscos são mais comuns do que se imagina.

Animais que vivem em ambientes onde há fumantes acabam, inevitavelmente, sendo expostos às substâncias tóxicas presentes na fumaça. Cães, gatos, aves, roedores e até peixes tornam-se vítimas involuntárias desse problema, que não têm como escolher evitar.

A fumaça do cigarro contém milhares de compostos nocivos, como nicotina, monóxido de carbono e muitas outras toxinas. No convívio diário, os pets inalam essas substâncias, absorvem pela pele e, no caso dos gatos, a exposição é ainda maior: ao se lamberem, eles acabam ingerindo resíduos que ficam impregnados nos pelos e nas superfícies da casa. Isso transforma o lar em um ambiente constantemente contaminado.

As consequências para a saúde dos animais são sérias e podem surgir tanto de forma imediata quanto com o passar do tempo. Problemas respiratórios como bronquite, asma, rinite, tosse crônica e até pneumonia estão entre os mais frequentes. Mas os efeitos não param por aí. O contato contínuo com a fumaça também compromete o sistema cardiovascular, pode provocar alterações neurológicas, dermatites e aumentar significativamente o risco de desenvolvimento de câncer, inclusive em áreas como boca e nariz.

A gravidade dos efeitos varia conforme a espécie, o porte do animal, a frequência da exposição e o ambiente em que vivem. Pets de menor porte, além daqueles que já apresentam histórico de doenças respiratórias, estão ainda mais suscetíveis. As aves, por exemplo, possuem um sistema respiratório extremamente sensível e podem adoecer gravemente mesmo em contatos breves com a fumaça. Já os peixes correm risco quando as partículas tóxicas se acumulam na água do aquário.

É essencial entender que fumar em outro cômodo, abrir janelas ou tentar isolar o pet não é suficiente para protegê-lo. As substâncias tóxicas se fixam em tecidos, móveis, cortinas, roupas, brinquedos e até na ração e nos potinhos de água. A fumaça pode até sumir, mas os resíduos permanecem no ambiente, representando uma ameaça contínua à saúde dos animais.

Se você convive com animais e é fumante, é fundamental refletir sobre o impacto que essa escolha gera na vida deles. Manter os ambientes ventilados e limpos já ajuda, mas a única maneira realmente segura de proteger os pets é eliminar completamente a exposição — o que, na prática, significa parar de fumar.

Afinal, nossos animais não são apenas companhia. Eles são parte da família, dependem de nós e das nossas escolhas. Proteger seu pet do tabagismo passivo é mais do que um cuidado: é um verdadeiro ato de amor e responsabilidade. Eles não fumam, mas infelizmente podem sofrer — e muito — por quem fuma.

Animais em Condomínios: Quem é o Responsável por Conflitos e Como Evitá-los?

Ter animais de estimação em condomínios é algo cada vez mais comum. Com milhões de pets vivendo nas cidades, é natural que eles compartilhem os mesmos espaços que vizinhos e outros animais. Porém, junto com esse crescimento, também aumentam os casos de conflitos — sejam brigas entre animais, reclamações por barulho ou até acidentes.

Neste artigo, você vai entender como prevenir esses problemas e descobrir quem deve ser responsabilizado quando ocorrem situações como mordidas, danos ou brigas.

A legislação brasileira é bem clara nesse ponto: o tutor do animal é o responsável direto por qualquer dano que ele cause. De acordo com o Código Civil, quem possui ou detém o animal deve arcar com eventuais prejuízos, salvo se ficar comprovado que houve culpa da vítima ou algum evento inesperado e inevitável.

Isso se aplica tanto a danos materiais quanto morais. Portanto, se um pet ataca outro animal ou uma pessoa, o tutor do animal agressor deverá indenizar pelos prejuízos, a menos que prove que houve provocação ou alguma circunstância que fugiu ao seu controle.

O condomínio, por sua vez, também tem responsabilidades. Ele deve possuir regras claras sobre a convivência de animais nas áreas comuns e fazer com que elas sejam cumpridas. Caso haja negligência — como permitir animais soltos onde isso não é permitido, ou ignorar reclamações dos moradores —, o condomínio pode, sim, ser responsabilizado judicialmente junto ao tutor.

Por isso, tanto os tutores quanto a administração do condomínio precisam colaborar para uma convivência harmoniosa. Para os donos de pets, é fundamental:

  • Usar sempre coleira e guia, independentemente do porte ou comportamento do animal;
  • Utilizar focinheira, se for exigido pelas regras do condomínio;
  • Evitar circular com o pet em locais proibidos;
  • E, claro, assumir a responsabilidade por qualquer dano causado pelo animal, seja a outros moradores, pets ou ao próprio patrimônio do condomínio.

Por outro lado, o condomínio precisa garantir que as normas sejam claras e bem aplicadas. Isso inclui definir onde é permitido ou não circular com animais, aplicar advertências ou multas em caso de descumprimento, exigir o uso de equipamentos de segurança quando necessário e atuar na mediação de conflitos entre moradores.

A prevenção é sempre o melhor caminho. Medidas simples, como evitar o contato entre animais desconhecidos, investir na socialização e no adestramento do pet desde cedo e respeitar as regras internas, fazem toda a diferença para a segurança e o bem-estar de todos.

Além das regras, o bom senso e o respeito ao próximo são indispensáveis. Nem todos os moradores se sentem confortáveis na presença de animais, especialmente os de grande porte. Por isso, é importante respeitar os espaços coletivos, evitar passear com o pet em horários de grande movimento e sempre recolher os dejetos do animal.

Quando algum problema acontece, o ideal é buscar o diálogo antes de qualquer medida mais extrema. A conversa franca e respeitosa entre vizinhos e com a administração geralmente resolve situações que poderiam facilmente acabar na justiça.

Com responsabilidade e empatia, é totalmente possível garantir uma convivência pacífica, segura e agradável para todos no condomínio — incluindo, claro, os pets.

Como Proteger Cães e Gatos da Gripe

Assim como os humanos, cães e gatos também estão sujeitos a contrair gripe. Embora nem sempre seja uma condição grave, ela pode causar desconforto significativo e, em casos mais delicados, evoluir para quadros mais sérios. A boa notícia é que, com medidas simples no dia a dia, é possível reduzir bastante o risco de infecção.

Gripe Canina e Gripe Felina: O que são?

Nos cães, a gripe é conhecida como traqueobronquite infecciosa canina. Já nos gatos, o nome técnico é rinotraqueíte felina. Ambas são causadas por vírus e bactérias que atacam o sistema respiratório dos pets.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Tosse seca
  • Espirros
  • Coriza
  • Febre
  • Apatia
  • Perda de apetite
  • Secreções nos olhos ou nariz

No caso dos felinos, é comum que eles se isolem e deixem de comer — o que requer atenção redobrada.

Principais Cuidados para Evitar a Gripe em Pets

1. Vacinação em dia
A vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção.

  • Para cães, além da vacina múltipla (V8 ou V10), existe uma específica contra a gripe canina, que deve ser aplicada anualmente ou conforme a orientação do veterinário.
  • Para gatos, a tríplice ou a quádrupla felina são essenciais, pois protegem contra agentes como a rinotraqueíte e o calicivírus.

2. Proteção contra mudanças bruscas de temperatura
Pets são sensíveis ao frio, especialmente os filhotes, idosos ou com baixa imunidade. Em épocas de clima mais frio:

  • Mantenha os ambientes aquecidos e sem correntes de ar.
  • Ofereça cobertores ou camas aconchegantes.
  • Evite banhos em dias frios e seque bem o animal após o banho.
  • Roupinhas podem ajudar, desde que o pet se sinta confortável.

3. Ambientes limpos e bem ventilados
A higiene do ambiente é fundamental. Locais úmidos, mal ventilados ou com sujeira acumulada favorecem a proliferação de agentes infecciosos.

  • Deixe a casa sempre arejada.
  • Limpe regularmente os espaços onde os pets circulam.
  • Para os gatos, mantenha as caixas de areia sempre limpas.
  • Em locais com muitos animais, como abrigos e canis, a higiene precisa ser ainda mais rigorosa.

4. Evite contato com animais doentes
A gripe é altamente contagiosa entre os animais. O contato com objetos contaminados, como brinquedos ou potes de comida, já pode transmitir a doença.
Se houver conhecimento de animais gripados por perto, o ideal é evitar o contato. Durante passeios ou visitas a locais públicos com muitos pets, como praças e pet shops, é importante redobrar os cuidados — principalmente com filhotes e idosos.

5. Reforce a imunidade do seu pet
Uma boa imunidade é a principal aliada na prevenção de doenças. Para isso:

  • Ofereça uma alimentação equilibrada e nutritiva.
  • Evite rações de baixa qualidade.
  • Mantenha sempre água fresca disponível.
  • Não se esqueça do controle de parasitas, como pulgas e carrapatos, e da vermifugação em dia.

6. Atenção aos sintomas e orientação profissional
Ao notar sinais de gripe no seu pet, procure atendimento veterinário. A automedicação é perigosa, já que remédios humanos podem ser tóxicos para os animais. O tratamento ideal dependerá da causa da gripe e das condições individuais do pet.


Com cuidados simples e constantes, é possível proteger seu cão ou gato das doenças respiratórias. E, caso a gripe apareça, o carinho e a dedicação do tutor farão toda a diferença na recuperação.

Pastor Belga: inteligência, versatilidade e dedicação em uma única raça

O Pastor Belga é uma das raças caninas mais inteligentes e multifuncionais do mundo. Criado originalmente na Bélgica para o trabalho de pastoreio, esse cão não demorou a se destacar em diversas outras funções: atua como cão policial, de resgate, de assistência, além de ser um excelente competidor em esportes de obediência e proteção.

Uma curiosidade fascinante sobre essa raça é que ela possui quatro variações reconhecidas oficialmente, todas com a mesma origem e estrutura física, mas com diferenças marcantes no tipo de pelagem e na aparência:

  • Malinois: É a variação mais popular, tanto no Brasil quanto no exterior. Com pelagem curta, em tons fulvos e máscara preta, o Malinois é extremamente ágil, obediente e cheio de energia — características que o tornaram o favorito das forças policiais e militares.
  • Groenendael: Com sua pelagem longa e preta, é um cão de presença marcante. É muito utilizado como animal de companhia, mas também atua em tarefas de guarda e resgate.
  • Tervuren: Também possui pelagem longa, porém com tons fulvos e máscara preta. É conhecido pela sua expressão atenta e beleza impressionante.
  • Laekenois: A variação mais rara da raça. Tem pelagem dura e áspera, geralmente em tons de fulvo claro. Originalmente, era utilizado para proteger rebanhos e propriedades.

Apesar das diferenças no visual, todas as variações compartilham os mesmos traços de personalidade: são cães leais, protetores, altamente inteligentes e com grande capacidade de aprendizado.

O Pastor Belga é, antes de tudo, um cão de trabalho. Ele precisa de estímulos constantes — físicos e mentais — para manter o equilíbrio emocional e evitar comportamentos indesejados. Não é uma raça indicada para tutores sedentários ou inexperientes. Requer alguém com pulso firme, rotina bem estabelecida e disposição para gastar energia com ele diariamente.

Naturalmente vigilantes, esses cães estão sempre atentos ao ambiente, o que os torna excelentes cães de guarda. Ao mesmo tempo, são afetuosos e muito ligados à família. Quando bem socializados desde filhotes, convivem bem com crianças e até com outros animais, desde que haja uma introdução gradual e supervisionada.

O adestramento positivo funciona muito bem com a raça. Eles aprendem com rapidez, muitas vezes em poucas repetições. Por isso, é essencial que o tutor varie os comandos, proponha desafios e mantenha a rotina interessante. Os Pastores Belgas adoram “ter um trabalho”: desde buscar objetos até praticar agility, farejamento ou esportes voltados à obediência e proteção.

A socialização precoce é essencial para evitar problemas comportamentais, como medo, possessividade ou agressividade por insegurança. E, mesmo sendo cães robustos e saudáveis, podem apresentar predisposição a doenças como displasia coxofemoral, epilepsia e algumas condições oculares.

A rotina ideal inclui exercícios diários, com pelo menos duas sessões de caminhadas, brincadeiras e estímulos mentais. Os cuidados com a pelagem variam: enquanto Malinois e Laekenois são mais práticos nesse aspecto, as variações de pelos longos exigem escovação frequente para evitar nós e acúmulo de pelos mortos.

A alimentação também deve ser balanceada e de alta qualidade, ajustada à fase da vida e ao nível de atividade do cão.

Ter um Pastor Belga é assumir um compromisso sério. É uma raça que exige dedicação, tempo e energia. Não lida bem com longos períodos de solidão ou falta de atividade. Mas, em troca, oferece tudo de melhor que um cão pode dar: lealdade, inteligência, proteção e um amor genuíno. Se você procura um parceiro de verdade para treinos, aventuras e desafios, o Pastor Belga pode ser exatamente o que você busca.

Adoção de Animais no Brasil: Um Gesto de Amor Cada Vez Mais Comum

A adoção de pets se tornou uma prática cada vez mais frequente nos lares brasileiros. O que antes era exceção, hoje já pode ser considerado um novo padrão de comportamento. Um levantamento recente revelou que 8 em cada 10 tutores de cães e gatos no país não compraram seus animais — eles os acolheram por meio da adoção, seja por iniciativa própria, seja com a ajuda de terceiros.

Entre as principais formas de adoção relatadas estão a doação feita por conhecidos, o resgate direto das ruas e a adoção realizada em ONGs e abrigos. A motivação mais citada pelos adotantes é a empatia e o senso de responsabilidade social. Para muitos, o exemplo de familiares e amigos que já adotavam animais influenciou a decisão, enquanto outros tiveram o impulso ao se deparar com um animal abandonado.

Esse comportamento revela uma mudança significativa na forma como os brasileiros se relacionam com seus animais de estimação. A preocupação com o bem-estar dos pets e a crescente conscientização sobre o abandono têm fortalecido a cultura da adoção. No entanto, mesmo com esse avanço, ainda existem obstáculos a serem superados.

Um dos principais desafios enfrentados por quem adota é a adaptação do animal ao novo lar. Muitos cães e gatos resgatados já passaram por traumas e situações de vulnerabilidade, o que exige paciência, cuidado e dedicação por parte dos tutores. Além disso, os gastos com veterinário, alimentação de qualidade e outros itens essenciais costumam surpreender quem está passando por essa experiência pela primeira vez.

Ainda assim, a maioria dos que adotaram afirma que faria tudo de novo. E mais: uma parcela significativa dos tutores declarou a intenção de adotar novamente no futuro, o que demonstra que a prática está se consolidando como uma escolha consciente e recorrente.

Ao serem questionados sobre o que mais os motivaria a adotar um novo pet, metade dos participantes da pesquisa respondeu que o desejo de ajudar um animal abandonado seria o principal fator. Outros pontos destacados foram o apoio com despesas iniciais e uma divulgação mais ampla das campanhas de adoção.

Recentemente, algumas ações de grande visibilidade deram ainda mais destaque à causa animal. Uma delas foi promovida pela GoldeN, que realizou uma intervenção simbólica em um dos pontos turísticos mais famosos do país, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da adoção. A campanha também incluiu a doação de alimentos em larga escala para instituições que cuidam de animais em situação de vulnerabilidade.

Essas doações devem beneficiar centenas de cães e gatos acolhidos por ONGs que enfrentam desafios diários para manter suas atividades com recursos limitados. A pesquisa que trouxe todos esses dados, realizada pela GoldeN em parceria com o Opinion Box, contou com a participação de mais de mil pessoas em todas as regiões do Brasil — reforçando uma tendência positiva e a necessidade de mais políticas públicas e ações de incentivo à adoção responsável.

Adotar um animal hoje vai além de um simples gesto solidário. É uma forma concreta de exercer empatia e transformar vidas — tanto a do pet, quanto a da família que abre espaço e coração para ele.

Pets e Imposto de Renda: Projeto propõe dedução de gastos veterinários

Quem tem um animal de estimação em casa sabe: manter a saúde de um pet em dia pode pesar no bolso. Consultas veterinárias, vacinas, exames, cirurgias, medicamentos… tudo isso faz parte da rotina de cuidados, e mesmo diante dos altos custos, a maioria dos tutores não mede esforços. Afinal, nossos bichinhos são parte da família.

Mas e se esses gastos pudessem ser abatidos no Imposto de Renda? É exatamente isso que propõe o Projeto de Lei 340/2023. A iniciativa busca permitir que despesas com a saúde dos pets – como consultas, internações, exames laboratoriais e de imagem (como raio-X e ultrassonografia), além de próteses e dispositivos ortopédicos – possam ser deduzidas na declaração de IR.

A justificativa da proposta é clara: animais de estimação desempenham um papel essencial na vida emocional e até física de seus tutores. A autora do projeto argumenta que, se milhões de brasileiros reconhecem seus pets como membros da família, os cuidados com a saúde deles deveriam ter o mesmo peso que os cuidados com a saúde humana.

Atualmente, a legislação brasileira não permite esse tipo de dedução. Mesmo que um tutor invista grandes quantias em tratamentos ou cirurgias, esses valores não entram na declaração de IR. As deduções permitidas hoje se restringem a despesas com saúde, educação, previdência privada, pensão alimentícia e dependentes – e todas relacionadas exclusivamente a pessoas físicas.

Segundo o projeto, o benefício seria destinado a contribuintes que estejam inscritos em um cadastro nacional de animais de estimação, a ser instituído pelo poder público. Caso esse cadastro ainda não esteja disponível, a dedução poderia ser feita mediante apresentação da nota fiscal com o CPF do tutor.

Vale destacar que essa discussão não se limita ao Congresso Nacional. Em Brasília, por exemplo, uma tutora entrou com uma ação na Justiça para tentar garantir o direito de deduzir os custos médico-hospitalares com seu cão idoso. A base do pedido está no conceito de família multiespécie, que vem ganhando reconhecimento no Brasil e em outros países, e defende a legitimidade de núcleos familiares compostos por humanos e animais unidos por laços afetivos.

Esse reconhecimento vai além do simbólico – ele tem impactos concretos. Ignorar essa configuração familiar é deixar de reconhecer a responsabilidade financeira e o vínculo que muitos tutores têm com seus animais.

De acordo com dados do IBGE, o Brasil abriga mais de 149 milhões de pets, e em muitos lares, esses animais são os únicos companheiros de idosos, viúvos ou pessoas que vivem sozinhas. A presença dos pets pode ser essencial para o equilíbrio emocional, ajudando a reduzir a solidão e até a aliviar sintomas de ansiedade e depressão.

Mesmo com essa importância reconhecida, os gastos com animais ainda são considerados não essenciais pelo sistema tributário. O debate em torno do PL 340/2023 mostra que esse olhar pode – e deve – mudar, pois milhares de famílias já enfrentam desafios financeiros para garantir a saúde de seus pets.

Embora o projeto ainda precise ser analisado pelas comissões de Finanças, Tributação e de Constituição e Justiça antes de ser votado, o simples fato de estar em pauta já representa um avanço. Ele aponta para uma legislação mais sensível e conectada com a realidade atual, onde os laços com os animais de estimação são parte indissociável da vida de muitas famílias.

Se os pets são membros da família, então cuidar da saúde deles também deve ser um direito reconhecido e protegido por lei.

Levar Animais no Ônibus? Entenda o Projeto de Lei!

A Câmara de Vereadores de Curitiba aprovou um projeto de lei que propõe mudanças nas regras de transporte de animais domésticos de até 15 quilos em ônibus, estações e terminais. Essa proposta visa flexibilizar a legislação atual, que proíbe o transporte de animais nos ônibus, com exceção dos cães-guia, reconhecidos por lei como acompanhantes de pessoas com deficiência visual. Neste post, vou explicar um pouco mais sobre essa proposta.

O principal objetivo dessa iniciativa é permitir que os passageiros possam levar seus animais de pequeno porte nos ônibus da cidade, desde que sigam regras específicas para evitar qualquer transtorno aos outros usuários do transporte público.

O projeto de lei propõe que os animais sejam transportados em caixas adequadas, com restrições de horários. O transporte será proibido nos horários de pico, pela manhã e à noite, exceto em casos de necessidade comprovada de um procedimento cirúrgico, com documentação veterinária. Além disso, o projeto limita o número de animais a dois por veículo. Caso alguma norma não seja seguida, o responsável pelo animal será orientado a desembarcar na próxima parada, para evitar conflitos com os demais passageiros.

Outro ponto importante do projeto é a restrição ao transporte de cães de raças consideradas potencialmente perigosas, embora o texto não especifique quais raças se enquadram. A medida se aplica a cães com histórico de ataques a pessoas, cães treinados para guarda ou ataque, ou animais cujo tamanho e comportamento representem risco para a segurança de passageiros e funcionários do transporte coletivo.

Além disso, animais selvagens, peçonhentos ou com condições de saúde que possam colocar em risco o bem-estar dos demais passageiros estarão proibidos de serem transportados. Para garantir a segurança e o conforto de todos, os animais devem ser transportados em caixas resistentes e apropriadas para o porte do animal, com materiais absorventes no fundo para evitar vazamentos e odores desagradáveis.

Animais de micro porte (até cinco quilos) poderão ser transportados em bolsas, sacolas ou mochilas adequadas, desde que ofereçam conforto e ventilação para o animal. Essa medida visa facilitar o transporte para tutores que realizam trajetos curtos.

O autor do projeto argumenta que a proibição do transporte de animais contraria as políticas de proteção animal adotadas em Curitiba nos últimos anos. Ele acredita que a flexibilização dessa norma será especialmente benéfica para pessoas de baixa renda, que não têm acesso a veículos próprios e precisam levar seus pets a consultas veterinárias e tratamentos essenciais.

Agora, o projeto segue para a sanção do prefeito. Caso seja aprovado, o município definirá as regulamentações complementares para garantir o cumprimento da nova lei.

Abril Laranja: Combatendo a Crueldade contra os Animais

O Abril Laranja é uma campanha internacional focada na prevenção da crueldade contra os animais. Criada pela Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade a Animais, a iniciativa visa conscientizar a população sobre a importância de respeitar e proteger os animais, promovendo a educação e o engajamento social.

Infelizmente, os maus-tratos contra os animais ainda são uma triste realidade em muitas partes do mundo, e o Brasil não é exceção. Em 2024, no estado de São Paulo, mais de 16 mil denúncias de abuso foram registradas pela Delegacia Eletrônica de Proteção Animal, um número alarmante que pode ser ainda maior, já que muitos casos passam despercebidos ou não são denunciados. O desconhecimento sobre como identificar a negligência e o abuso contribui para essa subnotificação.

Os maus-tratos podem se manifestar de diferentes formas. Alguns são claramente visíveis, como agressões físicas e abandono. Outros, porém, são mais difíceis de identificar, mas igualmente prejudiciais, como manter os animais confinados em espaços pequenos e inadequados, privá-los de alimentação e água limpa, expô-los a intempéries sem abrigo, negligenciar cuidados veterinários essenciais ou promover mutilações estéticas sem justificação médica. Além disso, práticas como rinhas e a exploração de animais para diversão também se enquadram em abusos.

É de extrema importância que qualquer suspeita de maus-tratos seja denunciada. A denúncia pode ser feita de forma anônima e é fundamental reunir evidências, como fotos, vídeos e depoimentos, para que as autoridades possam agir. Delegacias especializadas, polícia ambiental e outros órgãos de proteção animal estão preparados para receber essas denúncias e garantir que os infratores sejam responsabilizados.

A educação é uma das armas mais poderosas na luta contra a crueldade com os animais. Muitos não sabem dos direitos dos animais nem das responsabilidades legais dos tutores. A campanha Abril Laranja tem como um de seus principais objetivos esclarecer essas questões e promover uma sociedade mais empática e responsável.

Lançada nos Estados Unidos em 2006, a campanha cresce a cada ano e se espalha por diversos países, conscientizando a população sobre a necessidade de garantir o bem-estar dos animais. Durante o mês de abril, diversas ações são realizadas, como palestras, mobilizações e campanhas educativas, reforçando a importância do respeito aos animais.

A promoção da empatia e do cuidado com os animais não traz benefícios apenas para eles, mas para toda a sociedade. Uma convivência harmoniosa entre humanos e animais contribui para uma comunidade mais justa e consciente. Atitudes simples, como educar crianças sobre o respeito aos animais e apoiar organizações de proteção, fazem toda a diferença.

O Abril Laranja destaca que a prevenção é a chave para combater a crueldade. Todos nós podemos fazer a diferença, seja denunciando abusos, praticando a adoção responsável ou respeitando as necessidades dos animais. São pequenas ações que ajudam a construir um futuro melhor e mais justo para todos.

Família Multiespécie: A Nova Definição de Família

Nos últimos tempos, um conceito tem ganhado destaque e refletido transformações nas relações sociais e na percepção dos vínculos familiares. Neste texto, vamos explorar o conceito de família multiespécie, um termo que, embora ainda novo para muitos, tem se tornado cada vez mais importante no campo jurídico e social.

A família multiespécie vai além da visão tradicional da família humana, incluindo os animais de estimação como membros legítimos dessa estrutura. Os animais deixam de ser vistos como objetos ou propriedades, passando a ser reconhecidos como seres com direitos, emoções e um papel fundamental no bem-estar de seus tutores.

Essa ideia de que os pets são membros integrais da família tem se fortalecido ao redor do mundo, e no Brasil não é diferente. O país tem avançado no reconhecimento dos direitos dos animais, com exemplos como a concessão de pensão alimentícia para animais de estimação, algo que reforça legalmente a ideia de que os pets não são simples bens.

O artigo 225 da Constituição Brasileira já aborda, de maneira indireta, a proteção aos animais, ao estabelecer que o poder público deve garantir a proteção da fauna e flora e proibir práticas cruéis. A família multiespécie amplia esse conceito, permitindo que os animais de estimação sejam reconhecidos não só como objetos de afeto, mas como membros plenos da família, com direito a cuidados, saúde e, em alguns casos, até pensão alimentícia.

A ideia de que os pets têm direitos legais vem ganhando força nos tribunais e na legislação. Em 2023, o Projeto de Lei 179/23 foi apresentado na Câmara dos Deputados para regulamentar o conceito de família multiespécie. O projeto propõe uma série de direitos para os animais, incluindo a possibilidade de participar de processos judiciais, como pedidos de guarda, visitas e reparação por danos materiais, morais ou existenciais.

Entre as propostas mais significativas, está a garantia de que, em casos de separação ou divórcio, os animais possam ter direito a visitas, como ocorre com filhos em processos de guarda. O projeto também prevê que o tutor, ou na ausência dele, a Defensoria Pública ou o Ministério Público, possa representar legalmente o animal, garantindo seus direitos, como proteção contra maus-tratos e a obrigação de receber cuidados adequados.

Na sociedade, a família multiespécie tem mudado a forma como os laços afetivos e responsabilidades familiares são entendidos. Em muitos lares, os animais são considerados membros da família, compartilhando não apenas momentos de alegria, mas também desafios e necessidades. Cuidar dos pets envolve compromisso, carinho e, muitas vezes, até a divisão de recursos financeiros para garantir sua saúde e bem-estar.

Apesar dos avanços, a implementação prática da família multiespécie enfrenta desafios. A ideia de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser considerados membros plenos da família, com direitos jurídicos, ainda encontra resistência. Além disso, questões como a aplicação de leis de pensão alimentícia para animais, a regulamentação da guarda compartilhada e o acesso à Justiça para reparação de danos enfrentam obstáculos legais e culturais. Mesmo assim, as mudanças legislativas em andamento e o crescente reconhecimento da importância emocional e social dos animais mostram uma evolução positiva.

Quem tem um pet sabe que ser tutor vai além do afeto, envolvendo também direitos, responsabilidades legais e uma nova forma de compreender a família no contexto atual.