Varíola do Macaco em Cachorros, o primeiro caso
No dia 10 de agosto, pesquisadores da Universidade de Sorbonne em Paris, relataram no periódico científico The Lancet, o primeiro caso de varíola dos macacos em um cachorro.
A confirmação se deu através de testes que confirmaram a presença do agente causador da doença no cãozinho.
Com o resultado positivo, os cientistas fizeram o sequenciamento genético das amostras colhidas do tutor e do pet, chegando assim à conclusão de que os vírus eram idênticos e com isso, atestaram a transmissão do vírus de humanos para o cachorro, mas ainda não foi confirmado se o caminho inverso, a transmissão do vírus, de cães para humanos, também pode acontecer.
Falando especificamente desse caso da França, o cachorro é um galgo italiano de quatro anos, e apresentou lesões na pele, doze dias após os seus tutores serem diagnosticados com a doença, depois de sentirem falta de energia, dor de cabeça e febre, além de lesões nas pernas, nas costas, orelhas, rosto e no ânus.
No cãozinho, foi levantada a possibilidade de contaminação, após o aparecimento de bolinhas de pús no abdômen, além de uma pequena úlcera anal.
Alguns órgãos ligados à saúde pública já se manifestaram sobre o caso e já fizeram algumas recomendações.
A Organização Mundial da Saúde, através de seus representantes, não se mostrou surpresa com a nova informação, uma vez que disseram ainda estar aprendendo sobre a transmissão desse vírus de humanos para animais.
Já o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o CDC, após a confirmação da contaminação do pet, decidiu incluir os cães no grupo de espécies que podem ser afetadas pelo vírus, e orientou que pessoas diagnosticadas com a doença limitem o contato com os pets até a completa recuperação do quadro.
Segundo o CDC, além de contaminar os seres humanos, o vírus também afeta chinchilas, marmotas, esquilos, cães de pradaria, porcos espinho, musaranhos, primatas não humanos, e provavelmente também infecta coelhos, camundongos e ratos.
Ainda não há confirmação se o agente causador da doença pode passar para porquinhos-da-índia, hamsters, gatos, vacas, camelos, ovelhas, porcos ou raposas.
De forma geral, a recomendação é para que tutores que sejam diagnosticados com a varíola dos macacos, evitem o contato com seus animais de estimação, se possível, ficando em ambientes separados da casa e delegando os cuidados do pet a um terceiro enquanto a infecção estiver ativa.
Lembrando que a recuperação só é considerada completa, depois que todas as lesões cutâneas cicatrizarem completamente.
Caso não seja possível manter a distância do animalzinho ficando em ambientes diferentes, o ideal é que o tutor use máscara e roupas que cubram todo o corpo quando se aproximar do pet, pois em hipótese alguma, deve deixar que ocorra contato com a pele, ou seja, nada de brincadeiras e carinhos por esse período.
Ainda sobre o distanciamento, também deve ser descartada qualquer possibilidade de o pet dormir na mesma cama que seu dono, pois o contato com o lençol contaminado pelas lesões da pele por exemplo, já será suficiente para o animalzinho se contaminar.
Nos casos de confirmação da doença nos tutores, não é preciso dar banhos no animal com nenhum produto químico, mas é fundamental atuar preventivamente e aumentar os cuidados de higiene dos locais de descanso do animal, assim como dos brinquedos e potes de comida e água.
Caso o pet apresente sintomas similares aos da varíola dos macacos, como lesões na pele, febre, tosse, secreções nasais, falta de apetite e letargia, leve-o até um médico veterinário para que seja feito o diagnóstico por um especialista.
É importante ter a clareza, de que os animais que são possíveis alvos dessa doença, sejam eles de estimação ou não, não devem ser considerados uma ameaça para os seres humanos, e nada, absolutamente nada justifica qualquer tipo de abandono ou ataque a eles.