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Entenda a Salmonella em répteis

Salmonella. Uma bactéria comumente encontrada no estômago, fígado, baço, pulmões e até nos ossos dos répteis, que quando é transmitida para o ser humano, pode causar a salmonellose, uma infecção que causa gastroenterite, que tem como sintomas, dores de cabeça, febre, náuseas, vômitos, falta de apetite, cólicas e diarreia, e que pode resultar em uma infecção disseminada, com chance de ser fatal em pessoas pertencentes a grupos de risco, como crianças menores de cinco anos, mulheres grávidas ou pessoas de qualquer idade com o sistema imunológico enfraquecido.

Estima-se que entre 80 e 90% dos répteis, embora saudáveis, sejam portadores dessa bactéria, que tem se tornado cada vez mais resistente devido ao fato de muitos criadores de répteis usarem antibióticos de rotina nos animais que não eliminam a Salmonella e acabam a transformando em uma superbactéria.
Por isso, quem decide ter répteis como animais de estimação, pelo fato da transmissão da salmonella ocorrer através do contato com a urina e as fezes do animal, precisa entender que as condições de higiene nas quais são mantidos esses pets, não são vitais somente para a saúde deles, mas também para a dos tutores, por isso, bons hábitos de higiene e a limpeza correta são fundamentais para garantir que todos os ambientes fiquem livres dessa zoonose.
É importante saber que os animais hospedeiros não necessariamente apresentarão algum sintoma específico, uma vez que por fazer parte do mibrobioma desses répteis, e por isso, não fazer mal a eles, a ausência de sintomas é bem comum, pois quando o pet está saudável e vive em um ambiente com condições ideais de umidade e temperatura, e tem acesso à nutrição adequada, ele pode entrar em contato com a bactéria, portá-la em seu organismo, e ainda assim, não desenvolver nenhuma doença.
A principal medida é tomar alguns cuidados a mais, principalmente com a limpeza do aquário ou terrário do pet, que deve necessariamente ser realizada pelo menos uma vez por semana, ou até em intervalos menores se estiver sujo, pois quanto maior a sujeira no espaço do pet e na água onde ele fica, maiores são as chances de fungos, parasitas e bactérias o usarem como veículo para chegar aos humanos, assim como acontece com a clamidiose que pode ser transmitida pela calopsita e com a leptospirose, que é principalmente transmitida pela urina do rato.
Um alerta importante: no caso de répteis que passam muito tempo em água parada e fazem ali mesmo suas necessidades, como é o caso dos cágados, a frequência de limpeza e troca da água deve ser maior, pois as chances da carga bacteriana se multiplicar ali, são bem grandes.


Por tudo isso, é fundamental evitar o contato direto com as fezes e urina dos animais, além de lavar bem as mãos após ter contato com o pet ou depois de limpar o aquário ou terrário. Principalmente quando houver na pele algum tipo de lesão ou corte, minimizando assim as chances de infecção.
Algumas medidas de higiene podem auxiliar na prevenção da contaminação, como:
não dar banho no pet, nem lavar panos e acessórios do animalzinho onde são preparados os alimentos dos tutores;
não permitir que esses répteis circulem sobre a mesa e pias da casa;
não utilizar as mesmas espojas e panos, que devem ser exclusivos para a limpeza do terrário, na limpeza da casa;
Usar desinfetantes próprios para o terrário;
Utilizar luvas de látex e lavar bem as mãos com água e sabão depois de manipular o animal e os objetos com os quais ele tem contato;
Não permitir que o pet circule livremente pelos quartos e banheiros, principalmente quando moram na casa pessoas com o sistema imunológico sensível ou com crianças menores de cinco anos;
E para que as mãos não sejam levadas à boca enquanto trata do animal, em hipótese alguma deve-se nesses momentos, fumar, comer ou beber.
Lembre-se que essa questão da salmonella, não deve em hipótese alguma motivar o abandono ou mesmo o afastamento entre os tutores e os pets, mas deve ser visto como um motivador para uma maior atenção com as medidas básicas de higiene relacionadas ao pet, que evitarão a contaminação e garantirão mais qualidade de vida e saúde ao animalzinho e a toda a família.