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Tarântula de Estimação: Cuidados, Curiosidades e Verdades

Apesar do medo que muitos têm de aracnídeos, quem supera esse receio encontra um universo fascinante: aranhas peludas, silenciosas e incrivelmente interessantes de observar. Neste artigo, vamos falar sobre a tarântula como animal de estimação.

Mesmo carregando uma reputação assustadora, a tarântula pode ser criada em casa com segurança, desde que sejam seguidas algumas recomendações importantes. Esses animais não são indicados para contato físico, como colo ou carinhos, mas sim para serem observados em seu habitat, respeitando seu comportamento natural.

Ao contrário do que se imagina, a maioria das tarântulas criadas em cativeiro é dócil e quase inofensiva. Embora possuam veneno, as espécies mais populares no mercado pet apresentam toxinas fracas, semelhantes às de uma picada de abelha, raramente provocando reações graves — exceto em pessoas alérgicas.

Ainda assim, é necessário atenção: tarântulas originárias do Novo Mundo, como são chamadas as espécies das Américas, possuem pelos urticantes no abdômen que podem ser lançados como mecanismo de defesa. Esses pelos causam irritação na pele, nos olhos e nas vias respiratórias, podendo gerar inflamações em casos mais sérios. Além disso, embora rara, a mordida de uma tarântula pode ser bastante dolorida.

Existem centenas de espécies de tarântulas, e as mais procuradas para criação doméstica se dividem entre terrestres e arborícolas. As terrestres são mais calmas e lentas, ideais para iniciantes, enquanto as arborícolas são mais rápidas e exigem mais cuidado no manejo e na estruturação do terrário.

Outro aspecto relevante é o gênero do animal: fêmeas podem viver entre 15 e 30 anos, enquanto machos raramente ultrapassam 5 a 10 anos de vida, especialmente após atingirem a maturidade sexual. Por isso, é fundamental confirmar o sexo do animal antes da aquisição.

Tarântulas são criaturas solitárias e não devem ser mantidas juntas, exceto em tentativas de reprodução, o que ainda traz riscos para o macho. Esse comportamento solitário facilita a criação, já que cada exemplar necessita de seu próprio terrário, de vidro ou plástico, cujo tamanho varia de acordo com a espécie. Para as terrestres, o espaço deve ser mais amplo na horizontal, com substrato profundo de 5 a 15 cm (fibra de coco, terra ou casca de árvore são boas opções). Já as arborícolas precisam de terrários verticais, equipados com troncos, galhos e esconderijos. É importante que a tampa seja segura e permita boa ventilação, pois algumas tarântulas conseguem escalar superfícies verticais com facilidade.

Como são ectotérmicas, elas dependem do ambiente para regular sua temperatura corporal. O ideal é manter o terrário entre 24 °C e 27 °C durante o dia e entre 20 °C e 22 °C à noite. A umidade também deve ser ajustada conforme a espécie, exigindo uma pesquisa específica sobre o animal escolhido.

Quanto à alimentação, tarântulas se alimentam de presas vivas como grilos, baratas, tenébrios e, no caso de espécies maiores, até pequenos ratos. Adultos costumam se alimentar uma ou duas vezes por semana, enquanto filhotes precisam de refeições mais frequentes. A frequência e quantidade de alimento variam de acordo com a espécie, idade e condições do ambiente.

Um dos momentos mais delicados da vida de uma tarântula é a troca de exoesqueleto. Durante a muda, ela se deita de barriga para cima e permanece imóvel por várias horas ou até dias. Nesse período, é essencial evitar qualquer tipo de manipulação, alimentação ou interferência, pois, embora a muda seja sinal de crescimento, ela também torna o animal extremamente vulnerável.

Mesmo que não interajam como cães ou gatos, tarântulas são fascinantes de observar. Seus movimentos lentos, os hábitos de caça e construção de tocas e teias proporcionam uma experiência quase hipnótica e, para muitos tutores, bastante relaxante e educativa.

É importante lembrar que elas não demonstram carinho nem se adaptam ao toque humano. O encantamento está em respeitar e contemplar sua natureza.

Ter uma tarântula como pet não é uma escolha para todos. No entanto, para quem busca um animal silencioso, de baixa demanda, com comportamento intrigante e vida longa, ela pode ser a companhia ideal. Criar uma tarântula é um verdadeiro exercício de paciência e admiração.