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Adoção de Animais no Brasil: Um Gesto de Amor Cada Vez Mais Comum

A adoção de pets se tornou uma prática cada vez mais frequente nos lares brasileiros. O que antes era exceção, hoje já pode ser considerado um novo padrão de comportamento. Um levantamento recente revelou que 8 em cada 10 tutores de cães e gatos no país não compraram seus animais — eles os acolheram por meio da adoção, seja por iniciativa própria, seja com a ajuda de terceiros.

Entre as principais formas de adoção relatadas estão a doação feita por conhecidos, o resgate direto das ruas e a adoção realizada em ONGs e abrigos. A motivação mais citada pelos adotantes é a empatia e o senso de responsabilidade social. Para muitos, o exemplo de familiares e amigos que já adotavam animais influenciou a decisão, enquanto outros tiveram o impulso ao se deparar com um animal abandonado.

Esse comportamento revela uma mudança significativa na forma como os brasileiros se relacionam com seus animais de estimação. A preocupação com o bem-estar dos pets e a crescente conscientização sobre o abandono têm fortalecido a cultura da adoção. No entanto, mesmo com esse avanço, ainda existem obstáculos a serem superados.

Um dos principais desafios enfrentados por quem adota é a adaptação do animal ao novo lar. Muitos cães e gatos resgatados já passaram por traumas e situações de vulnerabilidade, o que exige paciência, cuidado e dedicação por parte dos tutores. Além disso, os gastos com veterinário, alimentação de qualidade e outros itens essenciais costumam surpreender quem está passando por essa experiência pela primeira vez.

Ainda assim, a maioria dos que adotaram afirma que faria tudo de novo. E mais: uma parcela significativa dos tutores declarou a intenção de adotar novamente no futuro, o que demonstra que a prática está se consolidando como uma escolha consciente e recorrente.

Ao serem questionados sobre o que mais os motivaria a adotar um novo pet, metade dos participantes da pesquisa respondeu que o desejo de ajudar um animal abandonado seria o principal fator. Outros pontos destacados foram o apoio com despesas iniciais e uma divulgação mais ampla das campanhas de adoção.

Recentemente, algumas ações de grande visibilidade deram ainda mais destaque à causa animal. Uma delas foi promovida pela GoldeN, que realizou uma intervenção simbólica em um dos pontos turísticos mais famosos do país, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da adoção. A campanha também incluiu a doação de alimentos em larga escala para instituições que cuidam de animais em situação de vulnerabilidade.

Essas doações devem beneficiar centenas de cães e gatos acolhidos por ONGs que enfrentam desafios diários para manter suas atividades com recursos limitados. A pesquisa que trouxe todos esses dados, realizada pela GoldeN em parceria com o Opinion Box, contou com a participação de mais de mil pessoas em todas as regiões do Brasil — reforçando uma tendência positiva e a necessidade de mais políticas públicas e ações de incentivo à adoção responsável.

Adotar um animal hoje vai além de um simples gesto solidário. É uma forma concreta de exercer empatia e transformar vidas — tanto a do pet, quanto a da família que abre espaço e coração para ele.

Coelhos e Páscoa: uma tradição com impactos que nem todos conhecem

O coelho é um dos símbolos mais reconhecidos da Páscoa em diversas partes do mundo. Neste artigo, vamos explorar a origem dessa associação entre o animal e a celebração religiosa, além de refletir sobre as consequências dessa tradição, muitas vezes romantizada.

Coelhos são frequentemente ligados à fertilidade e ao renascimento, principalmente por sua impressionante capacidade de reprodução. Esses atributos os tornaram um símbolo de abundância e renovação, elementos que dialogam tanto com o espírito da Páscoa cristã quanto com o folclore popular. Entretanto, essa tradição, aparentemente inofensiva, tem gerado um problema recorrente: a compra por impulso de coelhos como presente de Páscoa e, pouco tempo depois, o abandono desses animais.

A ligação entre coelhos e a Páscoa tem raízes muito antigas, com influências pagãs e cristãs. Uma das explicações mais difundidas vem da cultura germânica, onde a deusa da fertilidade chamada Ostara era representada por uma lebre. Com o avanço da cristianização, esse símbolo foi incorporado às festividades pascais, e o famoso “Coelhinho da Páscoa” passou a representar a renovação da vida e a ressurreição de Cristo.

Com o passar do tempo, essa imagem ganhou ainda mais força por meio da cultura de consumo. A indústria utiliza a figura do coelho em embalagens de chocolate, brinquedos, enfeites e campanhas publicitárias, reforçando a ideia de que esse animal é dócil e perfeito como pet para crianças. Esse apelo visual e emocional leva muitas pessoas a comprarem coelhos na Páscoa, sem o devido preparo ou conhecimento sobre os cuidados que o animal exige.

Apesar da aparência fofa, coelhos não são pets tão simples de cuidar quanto muitos imaginam. Eles demandam alimentação específica, espaço adequado, acompanhamento veterinário e um ambiente tranquilo. Como são presas na natureza, são naturalmente mais sensíveis e assustados. Além disso, geralmente não gostam de ser manipulados com frequência, o que pode gerar frustração em crianças e adultos.

Outro fator importante é a longevidade desses animais. Um coelho pode viver entre 8 e 12 anos, o que exige um compromisso duradouro da parte dos tutores. Muitas pessoas, ao perceberem a responsabilidade envolvida, acabam perdendo o interesse, o que frequentemente leva ao abandono.

Esse abandono, infelizmente, se torna comum nas semanas e meses após a Páscoa. Algumas pessoas, sem saber como lidar, soltam os coelhos em praças, parques ou áreas verdes, achando que eles conseguirão sobreviver sozinhos. Mas coelhos domesticados não têm os instintos de sobrevivência necessários e acabam sendo vítimas fáceis de predadores, doenças ou fome.

Nos casos em que são resgatados, muitos vão parar em abrigos já sobrecarregados com cães e gatos. Como a adoção de coelhos ainda não é comum, esses animais podem permanecer por longos períodos em abrigos, às vezes sem nunca serem adotados. Em alguns casos extremos, chegam até a ser sacrificados por falta de espaço. Além disso, quando sobrevivem soltos na natureza, podem se reproduzir rapidamente e causar desequilíbrios ambientais, formando colônias em locais inapropriados.

Para evitar esse ciclo de abandono, é fundamental compreender que coelhos não são brinquedos. Adotar um animal exige reflexão, conhecimento e responsabilidade. Quem realmente deseja ter um coelho como companheiro deve buscar informações e garantir um ambiente que atenda às suas necessidades físicas e emocionais.

Uma alternativa saudável e educativa é substituir o presente real por itens simbólicos, como pelúcias, livros sobre coelhos ou ovos de chocolate com temas relacionados. Outra ideia interessante são visitas a fazendinhas ou centros educativos, onde as crianças possam ter contato com os animais de maneira segura e supervisionada.

Campanhas de conscientização, embora ainda tímidas, são essenciais para mudar esse cenário. Elas ajudam a divulgar a importância da posse responsável e a reduzir os casos de abandono.

A Páscoa pode, sim, continuar sendo um momento especial e cheio de significado, mas sem causar sofrimento a seres vivos. Com mais empatia e informação, podemos preservar o simbolismo da data e, ao mesmo tempo, garantir respeito e cuidado aos coelhos.